Este ano fui cercada pelos símbolos do Natal e a culpa é de
Matias.
Antes de vir para a Ilha Maternália, eu era um ser
minimalista na decoração natalina de casa. Árvore de Natal? Só das pequenas, semiprontas,
que dispensam adereços. Enfeite de porta? Servia um anjinho de madeira, meio
descabelado, que tocava um sino toda vez que a porta abria. Vez ou outra eu
colocava um enfeite de mesa, que se parecia com um presépio. E só.
Mas hoje nossa casa está diferente.
Tudo começou em novembro, quando abriu uma nova loja perto
de casa, estilo 25 de março, vendendo adereços natalinos “made in China”.
Matias olhou encantado para a vitrine com Papais Noéis,
bonecos de neve, renas, guirlandas e afins. E então falou: “Mamãe... Tal...
Tal”.
Não sei como, mas Matias já sabia que aquilo era “Natal”. Então
levamos para casa um pequeno Papai Noel de pano. Ele brincou, brincou, brincou
com o boneco. E não falou mais no assunto.
Duas semanas depois lá estávamos nós de novo na frente da
loja e Matias gritou: “Mamãe... Tal, Tal”.
O interesse seria pela pequena rena, que acompanhava o Papai
Noel? Ou pelo diminuto boneco de neve? Na dúvida, levei os dois. Matias brincou,
brincou, brincou com os bonecos. E não falou mais em Natal.
Meu filho passou todo o mês de novembro gritando “Tal, tal”
toda vez que nos aproximávamos da vitrine da tal loja. E nossa casa ganhou ares
nunca antes decorados. Colocamos bolas coloridas na antiga árvore semipronta e
consertamos o cabelo desgrenhado do anjinho de porta.
A família e os amigos também contribuíram com panos de prato
natalinos e enfeites diversos para os quatro cantos da casa. Ganhamos até meias
gigantes, com a cara do papai Noel. E achamos um belo presépio, feito com
palitos de fósforo.
Porém, por mais que o lar estivesse com a cara do bom velhinho,
Matias não falava “Tal” dentro de casa. Para ele, o Natal estava lá fora,
naquela vitrine de loja.
Quando dezembro chegou, veio a surpresa.
Enquanto passeávamos em uma rua do bairro no fim de tarde,
Matias apontou para um prédio de dentro de seu carrinho e gritou: “Mamãe...
Tal, tal!”. Depois apontou para uma casa e de novo: “Taaaaaaal, tal!”. Mais
para frente, ao virarmos em outra rua, ele mirou outro prédio e: “Tal, taaaaaaal,
mamãe!”.
Todos esses lugares tinham algo em comum: luzes! Eram luzinhas
e mais luzinhas em suas fachadas, que brilhavam forte, em várias cores, assim
como a vitrine da loja de adereços.
Do alto de seus 16 meses de vida, Matias entendeu o que
religiões pregam e sábios entendem como o verdadeiro espírito desta época do
ano: Natal é luz.
Hoje, três metros de luzes pisca-pisca enfeitam nossa janela.
“Taaaaaal”, diz Matias quando nós as acendemos. Agora sim, trouxemos o Natal
para dentro de casa.
Um Natal de muita luz para todos!
Matias, Rita e Torero.
Fiquei emocionada..Feliz Natal família linda que eu amo ♡♡♡♡♡
ResponderExcluirQuerida Cida, um Feliz Natal especial pra você e toda a sua família! Grandes beijos de nós três!
ResponderExcluire como cheguei atrasada, um 2015 cheio de luzes, pisca-pisca, amor, abraços, pirulito, bicho-de-pé, aprendizado e encantos!
ResponderExcluiramor,
m.